sábado, 21 de junho de 2014

Reflexão: Somos todos iguais diante das diferenças!

            
 O texto de
Imagem retirada da internet: google.com.br/imagens
Ítalo Calvino intitulado “O modelo dos modelos”, conta a história de Palomar, um senhor que desejava construir um modelo perfeito, que se encaixasse nas mais variadas situações e que fracassa nesta missão ao deparar-se com os seres humanos, tão diferentes uns dos outros e que não se enquadram em modelo algum, traz uma reflexão e um ensinamento muito importante que pude concluir: Jamais poderemos construir moldes, modelos, padrões ou exemplares ao falarmos de seres humanos. Somos todos iguais diante das diferenças existentes. O ser humano é plural, multicultural, é único, misto, diferente.

                O texto acima citado, ainda nos leva mais a fundo, transpondo todas essas diferenças ao universo das pessoas que possuem alguma deficiência. A nós, professoras, que atuamos em sala de aula regular, e também realizamos Atendimentos Educacionais Especializados, ou as vezes estamos no comando da escola, independente de onde estejamos e qual função realizamos, temos a grande responsabilidade de receber crianças e conduzir em sua formação educacional, acrescentando conhecimentos e contribuindo para sua evolução. Devemos ter o esclarecimento e a consciência de que não podemos jamais tolher os sonhos ou privar as experiência que podem ser vivenciadas por nossas crianças, sejam elas ditas normais, ou especiais.  Todos merecem e devem ser tratados iguais, principalmente diante das diferenças, e temos o dever de oferecer as condições necessárias para isso.


                Assim, devemos seguir, disseminando os conhecimentos que temos acerca da educação especial, dissipando ideias e conceitos errôneos, combatendo o preconceito e ações exclusivas, na certeza de que o pouco que fazemos, muitas vezes é o “muito” na vida das pessoas que chegam e saem de nossas vidas. 

                                                                                                                             (Juliana Vieira Prado)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Tecnologia Assistiva para crianças com TEA – Autismo



Sabe-se que dentre as características da pessoa com autismo, a comunicação apresenta-se como um grande déficit para a interação social, assim como o desenvolvimento da linguagem, que varia de acordo com a gravidade de cada caso.

A PECS surge como Tecnologia Assistiva para a Comunicação Alternativa, apresentando-se como um método que utiliza uma maneira estruturada para ensinar o indivíduo a se comunicar, visando assim desenvolver a comunicação funcional da pessoa com autismo, proporcionando situações de interação com o outro, evitando dessa maneira a exclusão.

Assim, sugiro como recursos para serem utilizados com crianças que tenham dificuldades de comunicação, logo cedo, na sua primeira infância, alguns modelos de PECS, que visam trazer a funcionalidade para a comunicação das mesmas. Podem ser utilizadas na Sala de Recursos, onde será trabalhado imagem por imagem, até que o aluno perceba o significado e funcionalidade do recurso em questão, bem como na sala regular, no ambiente familiar, proporcionando ao indivíduo a interação no ambiente em que vivem.           
           
Atividades Matinais


Parte do Corpo


Atividades Diárias



Bibliografia


·         BEZ, M. R. ; PASSERINO, L. M. Applying Alternative and Augmentative Communication to an inclusive group. In: WCCE 2009 - Education and Technology for a Better World Monday, 2009, Bento Gonçalves-RS. WCCE 2009 Proceedings - Education and Technology for a Better World Monday. Germany: IFIP WCCE, 2009. v. 1. p. 164-174. Traduzido. Aplicando a Comunicação Aumentativa e Alternativa numa turma inclusiva.




segunda-feira, 14 de abril de 2014

Texto informativo: Diferenças entre Surdocegueira e Deficiência Múltipla


             
            Para entender as diferenças existentes entre uma pessoa com surdocegueira e outra com deficiência múltipla, é imprescindível ter conhecimento de que a surdocegueira se trata de uma deficiência única, onde o indivíduo apresenta simultaneamente a perda visual e auditiva, independente do grau dessa perda, como afirma VULA: “as pessoas com surdocegueira não são classificadas como múltiplas, pois quando elas têm oportunidades interagem com o meio e com as pessoas adequadamente.” (Ikonomidis, Vula)

            Assim, pode-se conceber um indivíduo que era cego e tornou-se surdo e vice-versa, ou indivíduos que se tornaram surdocegos, ou ainda, os que já nasceram ou adquiriram a surdocegueira precocemente, antes mesmo de adquirir qualquer tipo de linguagem (português ou Libras).

            A pessoa com surdocegueira precisa da mediação de seu acompanhante, para que possa interagir com meio que o cerca, recebendo e interpretando informações, precisando de muita cautela e imparcialidade para se ater fielmente ao ambiente. Assim, seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.

            Já a deficiência múltipla trata-se de “conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social” (MEC/2006), que ocorrem simultaneamente, onde cada deficiência pode afetar de maneiras o indivíduo e seu modo de ser e agir.

            Na deficiência múltipla não é garantido que todas as informações cheguem para a pessoa de forma autêntica, mas ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência.

            Em ambos os casos, para que a inclusão e a aprendizagem ocorram efetivamente, faz-se necessário que os agentes envolvidos na educação, sejam os professores, equipe diretiva, comunidade escolar, alunos, e os demais profissionais, trabalhem em conjunto, promovendo atividades e situações que estimulem suas habilidades e principalmente estabeleçam a troca e a reciprocidade, através de uma comunicação mútua, onde o emissor e o receptor se façam entender e ser entendido. Assim, “deve-se disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual, por exemplo.” (MEC/2010 p.12)

            Para se estabelecer uma estratégia na comunicação das pessoas com surdocegueira ou deficiência múltipla, ROWLAND e SCHWEIGERT sugerem a comunicação por símbolos tangíveis que por sua vez devem ser construídos para cada indivíduo, de acordo com suas especificidades, estabelecendo uma conexão com o usuário, que deve ter intenção de comunicação e entender os elementos da comunicação.

Referencial Bibliográfico

  • ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip - Soluções Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeo. Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia - 2013.

·         BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010).


·         IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010 sem publicar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Resumo do texto: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.

Resumo do texto:
Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.

(Mirlene Ferreira Damázio e Josimário de Paula Ferreira)



                No que concerne ao universo da educação de pessoas com surdez é possível observar, historicamente falando, a grande discussão entre gestualistas e oralistas, que tendem a desvalorizar a pessoa com surdez, ignorando suas potencialidades, sujeitando-as a uma condição inferior e subjugada aos ouvintes, centrando o problema da educação apenas na língua, esquecendo-se de reavaliar as práticas pedagógicas adotadas.

                 Partindo da perspectiva de uma sociedade e de uma escola inclusiva, faz-se necessário romper com esse paradigma instituído desde os primórdios, em que a pessoa com surdez com surdez é tratada como deficiente e dessa maneira, como pessoa que precisa de tratamento, pois como afirma (DAMÁZIO E FERREIRA), “não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva”, assim, deve-se conceber a pessoa com surdez como todo e qualquer ser humano dotado de habilidades e consciência, como um ser capaz.

                 No intuito de declinar a fragmentação imposta entre gestualistas e oralistas e dar o devido significado à pessoa com surdez, percebe-se o surgimento de uma tendência bilíngue, onde este indivíduo torna-se

“usuário de um sistema linguístico com características e status próprios, no qual cognitivamente se organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos processos de mediações simbólicas na relação da linguagem/pensamento/realidade e práxis social”(p.49).

                 No que diz respeito ao fracasso escolar das pessoas com surdez, não pode ser atribuído à aquisição ou não de uma língua, pois se essa lógica e pensamento fossem verdade, nenhuma criança ouvinte teria algum problema ou dificuldades com a aprendizagem; mas sim, deve-se analisar também as praticas pedagógicas utilizadas na escola e principalmente pelo docente, como corroboram os autores quando citam PIERUCCI, ao afirmar que

“esse ser humano precisa ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma deficiência, e que essa deficiência provoca uma diferença e limitações, que essa diferença e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não podemos justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença. (p. 51)”    

                 O direito de educação bilíngue para pessoa com surdez suscita uma reavaliação do processo onde o AEE se apresenta como uma ponte que se conecta entre a teoria e a prática, em uma reconstrução do saber e fazer pedagógico, adotando para tanto, em que o autor chama de “Pedagogia Contextual Relacional”, onde as experiências e vivências do indivíduo ganham valor e se relacionam com a aprendizagem, desenvolvendo-se todas as habilidades possíveis, onde “nesse contexto o aluno com surdez se sentirá situado e compreenderá com mais facilidades os conteúdos em estudo” (DAMÁZIO E FERREIRA).

                 Para o desenvolvimento de um bom AEE PS, onde os obstáculos e entraves existentes não se façam presentes, o autor sugere o desenvolvimento de três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras, Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa e Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras.


                 É preciso conceber a escola como espaço do saber, da promoção das habilidades, da inclusão efetiva, do respeito às diferenças e do conhecimento do novo.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Descrição e Audiodescrição

               
Olá queridos amigos (as)!!
                
                 Hoje gostaria de falar um pouco sobre um recurso muito útil para as pessoas cegas ou com baixa visão. Trata-se da descrição e audiodescrição, que consiste em “traduzir em palavras, a construção de retrato verbal de pessoas, paisagens, objetos, cenas e ambientes, sem expressar julgamento ou opiniões pessoais a respeito” (Nota Técnica nº 21 /2012/ MEC / SECADI/ DPEE).

                Em sala de aula, essa tecnologia pode ser de grande valia para a integração de todos os alunos, incluindo àqueles com limitações visuais, no intuito de que os mesmos possam vivenciar através das palavras, as histórias tão comumente contadas para as crianças, os eventos, fotografias, obras de artes, paisagens... enfim, uma gama de informações visuais que podem ser transmitidas de maneira eficiente para todos os alunos. É possível aproveitar esse recurso em todas as disciplinas.  

                Segue a indicação de um vídeo retirado do site: www.youtube.com.br, que faz a audiodescrição da famosa história “Os três porquinhos” e que pode ser utilizado como um aliado para o campo educacional.




http://www.youtube.com/watch?v=22cmg2wNiRs

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Jogo dos "SETE ERROS" para alunos com Deficiência Intelectual

Olá a todos e todas!

                Hoje proponho como sugestão para trabalhar com alunos que possuam Deficiência Intelectual, um jogo bastante conhecido e bem simples, o Jogo dos Sete Erros, contudo fazendo uma outra abordagem, na verdade uma agregação.

                Antes de mais nada, é preciso que a criança realmente entenda o que está sendo solicitado e para que a utilização do jogo não fique sem sentido, proponho primeiramente trabalhar com a história que jogo trará para verificação das diferenças. Veja o exemplo abaixo:

(Maurício de Souza: Turma da Mônica)

            Para iniciar e antes de propor o jogo das diferenças, sugiro trabalhar com as histórias em quadrinhos, da Turma da Mônica. É interessante que a criança conheça os personagens e se identifique com algum, ouça as histórias e que inclusive, a partir de imagens, as reconte de seu jeito, de acordo com seu entendimento.

                  A depender da história, é possível simular os fatos narrados com acontecimentos do cotidiano da criança, fazendo a transposição de ideias e conceitos. Nesse exemplo, também é possível trabalhar aspectos como: meios de locomoção, diferenças de paisagens, clima, sem esquecer da parte afetiva abordando também a amizade e as relações pessoais.


                Assim, finalmente é possível testar a memória fotográfica e de curto prazo da criança, bem como sua atenção, concentração e motivação diante da atividade. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

TECNOLOGIA ASSISTIVA: PONTEIRO DE LASER

PONTEIRO DE LASER ASSOCIADO COM PRANCHA DE COMUNICAÇÃO




            Pesquisei sobre algumas tecnologias assistivas e encontrei uma bem simples, de baixa tecnologia e fácil utilização chamada: Laser Pointer ou Ponteiro de Laser, que associado a uma prancha de comunicação, pode ser aproveitado por aqueles que tem Deficiência Física - Paralisia Cerebral ou dificuldade no acesso por apontamento com as mãos.
O Ponteiro de Laser pode ser uma ferramenta extremamente poderosa para uma pessoa com um discurso limitado e incapacidade de movimento e até mesmo para aquelas pessoas com o movimento da cabeça extremamente limitada, podendo ser capaz de usar a cabeça com o uso do laser adaptado.

            As canetas de Lasers possibilitam que uma pessoa com limitação de movimento possa apontar diretamente para as letras, palavras e frases em uma prancha de comunicação.   Ponteiros laser são simples e fáceis de usar e podem fornecer uma maneira extremamente rápida e eficiente de se comunicar. 

Observe o vídeo abaixo, que apesar de ser em inglês, é de fácil entendimento e reproduz a utilização dessa tecnologia, que pode ser utilizada por qualquer indivíduo, seja adulto ou criança, bem como em vários ambientes. Na sala de aula pode contribuir na comunicação e autonomia do aluno, onde a professora ou algum colega pode auxiliar na varredura da prancha, proporcionando maior interação com o grupo.