quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Resumo do texto: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.

Resumo do texto:
Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.

(Mirlene Ferreira Damázio e Josimário de Paula Ferreira)



                No que concerne ao universo da educação de pessoas com surdez é possível observar, historicamente falando, a grande discussão entre gestualistas e oralistas, que tendem a desvalorizar a pessoa com surdez, ignorando suas potencialidades, sujeitando-as a uma condição inferior e subjugada aos ouvintes, centrando o problema da educação apenas na língua, esquecendo-se de reavaliar as práticas pedagógicas adotadas.

                 Partindo da perspectiva de uma sociedade e de uma escola inclusiva, faz-se necessário romper com esse paradigma instituído desde os primórdios, em que a pessoa com surdez com surdez é tratada como deficiente e dessa maneira, como pessoa que precisa de tratamento, pois como afirma (DAMÁZIO E FERREIRA), “não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva”, assim, deve-se conceber a pessoa com surdez como todo e qualquer ser humano dotado de habilidades e consciência, como um ser capaz.

                 No intuito de declinar a fragmentação imposta entre gestualistas e oralistas e dar o devido significado à pessoa com surdez, percebe-se o surgimento de uma tendência bilíngue, onde este indivíduo torna-se

“usuário de um sistema linguístico com características e status próprios, no qual cognitivamente se organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos processos de mediações simbólicas na relação da linguagem/pensamento/realidade e práxis social”(p.49).

                 No que diz respeito ao fracasso escolar das pessoas com surdez, não pode ser atribuído à aquisição ou não de uma língua, pois se essa lógica e pensamento fossem verdade, nenhuma criança ouvinte teria algum problema ou dificuldades com a aprendizagem; mas sim, deve-se analisar também as praticas pedagógicas utilizadas na escola e principalmente pelo docente, como corroboram os autores quando citam PIERUCCI, ao afirmar que

“esse ser humano precisa ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma deficiência, e que essa deficiência provoca uma diferença e limitações, que essa diferença e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não podemos justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença. (p. 51)”    

                 O direito de educação bilíngue para pessoa com surdez suscita uma reavaliação do processo onde o AEE se apresenta como uma ponte que se conecta entre a teoria e a prática, em uma reconstrução do saber e fazer pedagógico, adotando para tanto, em que o autor chama de “Pedagogia Contextual Relacional”, onde as experiências e vivências do indivíduo ganham valor e se relacionam com a aprendizagem, desenvolvendo-se todas as habilidades possíveis, onde “nesse contexto o aluno com surdez se sentirá situado e compreenderá com mais facilidades os conteúdos em estudo” (DAMÁZIO E FERREIRA).

                 Para o desenvolvimento de um bom AEE PS, onde os obstáculos e entraves existentes não se façam presentes, o autor sugere o desenvolvimento de três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras, Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa e Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras.


                 É preciso conceber a escola como espaço do saber, da promoção das habilidades, da inclusão efetiva, do respeito às diferenças e do conhecimento do novo.

2 comentários:

  1. Olá colega,

    Interessante seu texto, bem trabalhado, ressaltando a importância da mudança nas práticas pedagógicas para o ensino das PS, bem como, valorização do potencial dessas pessoas e seu direito a uma educação bilíngue.

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