Resumo
do texto:
Educação
Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em
construção.
(Mirlene
Ferreira Damázio e Josimário de Paula Ferreira)
No que concerne ao universo da
educação de pessoas com surdez é possível observar, historicamente falando, a
grande discussão entre gestualistas e oralistas, que tendem a desvalorizar a
pessoa com surdez, ignorando suas potencialidades, sujeitando-as a uma condição
inferior e subjugada aos ouvintes, centrando o problema da educação apenas na
língua, esquecendo-se de reavaliar as práticas pedagógicas adotadas.
Partindo
da perspectiva de uma sociedade e de uma escola inclusiva, faz-se necessário
romper com esse paradigma instituído desde os primórdios, em que a pessoa com
surdez com surdez é tratada como deficiente e dessa maneira, como pessoa que
precisa de tratamento, pois como afirma (DAMÁZIO E FERREIRA), “não vemos a
pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial
auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa
função perceptiva”, assim, deve-se conceber a pessoa com surdez como todo e
qualquer ser humano dotado de habilidades e consciência, como um ser capaz.
No
intuito de declinar a fragmentação imposta entre gestualistas e oralistas e dar
o devido significado à pessoa com surdez, percebe-se o surgimento de uma
tendência bilíngue, onde este indivíduo torna-se
“usuário
de um sistema linguístico com características e status próprios, no qual cognitivamente se organiza e estrutura o
pensamento e a linguagem nos processos de mediações simbólicas na relação da
linguagem/pensamento/realidade e práxis social”(p.49).
No
que diz respeito ao fracasso escolar das pessoas com surdez, não pode ser
atribuído à aquisição ou não de uma língua, pois se essa lógica e pensamento
fossem verdade, nenhuma criança ouvinte teria algum problema ou dificuldades
com a aprendizagem; mas sim, deve-se analisar também as praticas pedagógicas
utilizadas na escola e principalmente pelo docente, como corroboram os autores
quando citam PIERUCCI, ao afirmar que
“esse
ser humano precisa ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma
deficiência, e que essa deficiência provoca uma diferença e limitações, que
essa diferença e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não
podemos justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da
diferença. (p. 51)”
O
direito de educação bilíngue para pessoa com surdez suscita uma reavaliação do
processo onde o AEE se apresenta como uma ponte que se conecta entre a teoria e
a prática, em uma reconstrução do saber e fazer pedagógico, adotando para
tanto, em que o autor chama de “Pedagogia Contextual Relacional”, onde as
experiências e vivências do indivíduo ganham valor e se relacionam com a
aprendizagem, desenvolvendo-se todas as habilidades possíveis, onde “nesse
contexto o aluno com surdez se sentirá situado e compreenderá com mais
facilidades os conteúdos em estudo” (DAMÁZIO E FERREIRA).
Para
o desenvolvimento de um bom AEE PS, onde os obstáculos e entraves existentes
não se façam presentes, o autor sugere o desenvolvimento de três momentos
didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras,
Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa e Atendimento
Educacional Especializado para o ensino de Libras.
É
preciso conceber a escola como espaço do saber, da promoção das habilidades, da
inclusão efetiva, do respeito às diferenças e do conhecimento do novo.
Olá colega,
ResponderExcluirInteressante seu texto, bem trabalhado, ressaltando a importância da mudança nas práticas pedagógicas para o ensino das PS, bem como, valorização do potencial dessas pessoas e seu direito a uma educação bilíngue.
Este comentário foi removido pelo autor.
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