segunda-feira, 14 de abril de 2014

Texto informativo: Diferenças entre Surdocegueira e Deficiência Múltipla


             
            Para entender as diferenças existentes entre uma pessoa com surdocegueira e outra com deficiência múltipla, é imprescindível ter conhecimento de que a surdocegueira se trata de uma deficiência única, onde o indivíduo apresenta simultaneamente a perda visual e auditiva, independente do grau dessa perda, como afirma VULA: “as pessoas com surdocegueira não são classificadas como múltiplas, pois quando elas têm oportunidades interagem com o meio e com as pessoas adequadamente.” (Ikonomidis, Vula)

            Assim, pode-se conceber um indivíduo que era cego e tornou-se surdo e vice-versa, ou indivíduos que se tornaram surdocegos, ou ainda, os que já nasceram ou adquiriram a surdocegueira precocemente, antes mesmo de adquirir qualquer tipo de linguagem (português ou Libras).

            A pessoa com surdocegueira precisa da mediação de seu acompanhante, para que possa interagir com meio que o cerca, recebendo e interpretando informações, precisando de muita cautela e imparcialidade para se ater fielmente ao ambiente. Assim, seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.

            Já a deficiência múltipla trata-se de “conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social” (MEC/2006), que ocorrem simultaneamente, onde cada deficiência pode afetar de maneiras o indivíduo e seu modo de ser e agir.

            Na deficiência múltipla não é garantido que todas as informações cheguem para a pessoa de forma autêntica, mas ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência.

            Em ambos os casos, para que a inclusão e a aprendizagem ocorram efetivamente, faz-se necessário que os agentes envolvidos na educação, sejam os professores, equipe diretiva, comunidade escolar, alunos, e os demais profissionais, trabalhem em conjunto, promovendo atividades e situações que estimulem suas habilidades e principalmente estabeleçam a troca e a reciprocidade, através de uma comunicação mútua, onde o emissor e o receptor se façam entender e ser entendido. Assim, “deve-se disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual, por exemplo.” (MEC/2010 p.12)

            Para se estabelecer uma estratégia na comunicação das pessoas com surdocegueira ou deficiência múltipla, ROWLAND e SCHWEIGERT sugerem a comunicação por símbolos tangíveis que por sua vez devem ser construídos para cada indivíduo, de acordo com suas especificidades, estabelecendo uma conexão com o usuário, que deve ter intenção de comunicação e entender os elementos da comunicação.

Referencial Bibliográfico

  • ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip - Soluções Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeo. Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia - 2013.

·         BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010).


·         IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”,2010 sem publicar.